19 fevereiro 2008

PAULISTÃO 2008 - Jogo 8 - Corinthians x Bragantino

Domingão.
Durante a semana o Corinthians tinha dado uma sova no Barras do Piauí.
6 x 0
Quando a gente achava que o time viria embalado, que seria o start para uma vida nova para os torcedores do Big Team, um jogo MERDA (ouvi pelo rádio e pelos comentários, foi MERDA mesmo).
Como assim, jogando no Morumbi, o time acha que o jogo ganho por 1 x 0 tá bonito, tá beleza?
É péssimo para um time que tem pretensões se acomodar em um resultado frouxo desses!

Segue abaixo a crônica do Mauro Betting, publicada no Lance de domingo passado (e que eu chupinhei do blog dele):

5000000000000000000 Corinthians
por Mauro Beting

São 5000 jogos corintianos no domingo, contra o Bragantino.
Poucos foram ao primeiro.
Muitos irão ao jogo 500000000000000000000000...
Como muitos torceram contra nos 4999 anteriores.
É a conta que se paga por tanta paixão.
As maiores torcidas do país não são as de Flamengo e Corinthians. São as torcidas antiflamenguistas e anticorintianas.
Sei de gente que ama odiar os mais populares times do país.
Sei de torcedor que preferiu ver o rebaixamento ao próprio time campeão.
Sei de gente que torce mais contra que a favor.
Não se pode recriminar. Faz parte do jogo.
Mas quem, como eu, não é Corinthians, de fato, não sabe falar pelo corintiano.
Queria dar o espaço a tantos amigos e colegas corintianos. Eles falam e sentem e sofrem e vibram melhor.
Só que acho mais sincero um depoimento de quem não é.
Mas que respeita demais quem é.
Quem nasceu Corinthians.
Quem morreu Corinthians.
Quem vive Corinthians - porque viver um amor desse não se usa no passado, nem no futuro.
É um presente. É um dom. É uma doação, mesmo quando mais parece uma danação.
Como foi de 1954 a 1977. Como será a Série B. Como gosta o "maloqueiro e sofredor, graças a Deus".
É sina. Que não se explica, que fascina até quem não é, até quem não gosta.
Não sei explicar o Corinthians. Nem os corintianos conseguem.
Só sei que o jogo 5000 é um marco.
Marca.
Uma festa.
Mas, no fundo, é mais um jogo para quem nunca vai abandoná-lo. Tanto faz se é 4999 ou 5001.
Tanto faz se vai ter Rivellino ou Bruno Octavio em campo. Não importa o campeonato, o amistoso, o adversário.
Importa é que o Corinthians vai estar em campo.
Aliás, que não me leiam: não importa nem mesmo se o Corinthians estará jogando.
O que importa é que haverá no estádio e em cada canto um fiel. Um estado de espírito alvinegro.
Um torcedor que acredita sem ter o porquê;que torce sem ter por quem; que joga sem ter com quem.
O corintiano não torce por um time.
Ele torce pela torcida.
Por isso, não precisa a equipe estar em campo.
Basta um corintiano encontrar um corintiano pela cidade. Esse é o jogo. Essa é a alegria. Essa é a vitória.
Esse é o título incontestável. Um torcedor que se sente campeão só de ver um outro torcedor.
Isso não explica nem de longe o que é o Corinthians.
Mas, do lado de cá (do microfone e da imprensa há 17 anos, da arquibancada a minha vida toda), posso dizer que não é preciso o Corinthians entrar em campo para vencer.

Confesso.
Quando ouvi isso no rádio, eu chorei.
Porque, por mais que muita gente queira negar, todo brasileiro tem um pouco de Corinthiano.

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