17 março 2011

O QUE SERÁ, QUE SERÁ?

Outro dia, estava meio sem paciência porque a ex-namorada do Rodrigo continua mandando para ele SMSs rastejatórios, rebaixatórios, auto humilhatórios, pedindo que ele pense, repense, lembre, relembre os bons momentos, os olhos dela, o sorriso dela, o cabelo dela, o amor dela, o cheiro dela, o gosto dela, os cromossomos dela e que em nome de tudo quem um dia houve entre eles, que lhe seja concedido um último encontro, um último olho nos olhos, uma última conversa, uma última cafungada, um último cheiro, um último beijo, uma última trepadinha, um último contato visual, um último adeus, um último etc etc etc.
Cansou?
Pois é, e eu que nem recebo essas mensagens (mas obrigo ele a me mostrar), também estou ficando cansada dessa mocinha. Que nem tão moça assim é, tem 28 anos e devia ter mais auto estima e vergonha na cara.

Mas enfim, esses torpedos acontecendo e eu me deparando com o seguinte texto:

"Mulheres sentem e agem de acordo com isso. Com o passar do tempo amadurecem, pesam mais as coisas e (algumas) ficam mais racionais. Mas a maioria ama uma hora e odeia cinco minutos depois. Jura vingança. Se arrepende. Sabe que o cara não a quer, mas... E se estiver errada? E se for insistente? Será que ainda há chance? E se? (...)
Quantas vezes o que mais lhes encantou em suas mulheres foi isso? A falta de senso, a completa desordem de raciocínio e atos que te levam a rir abobalhadamente dela? Sorriso bobo, elástico, incontido?
Mulher é isso, é um conjunto de erros e acertos que nos emociona."
Xuxado desse blog sobre o BBB aqui.

No texto, ele está falando sobre Maria.
Mas podia bem ser sobre a ex-namorada do Rodrigo (que daqui a pouco, vou começar a citar pelo nome, de tão "presente" que ela anda na minha vida).
Ou sobre mim, quando tinha 22 anos e menos meios de perseguição do que hoje em dia, em que virar stalker do ex é fácil por meio de Orkut, Facebook, Twitter, Google e outras ferramentas indispensáveis da vida moderna.

Pensando bem, eu e ela não somos diferentes na forma de reagir.
Eu fiquei chorando por um ex durante 8 meses, ela chora por ele há 6.
Como eu tinha coisas para devolver para ele (ou ele para mim), me foi concedido o "último" encontro, mas ele não me deu o último beijo, o último abraço nem o último contato físico, foi um "adeus e se cuida". Mas eu tentei. Assim como ela tenta.
Eu pedi, implorei, me rastejei, me humilhei para que ele revisse a posição dele e desse uma chance para nós. Pedi uma última cutucadinha, mas ele não me concedeu.

E quer saber?
Foi melhor assim.
Eu não queria ir, mas ele me fez ir.
Ele sair de vez da minha vida me fez entender que a partir de então não seríamos mais NÓS, e sim eu e ele indo por caminhos diferentes, que eu não estaria mais com ele e nem poderia mais contar com ele para nada, nem para compartilhar as conquistas nem para desabafar as tristezas do dia a dia. E por mais que fosse difícil para aceitar, tive de aprender a viver sem ele, o que foi uma coisa bem complicada por alguns anos.

Quando lembro dessas coisas, me sinto culpada por considerá-la uma pessoa sem dignidade e uma mulher que não se valoriza e não dignifica a categoria. Tá, ela não tem mais idade para sofrer como uma pós-adolescente, mas deve estar doendo muito. Sem cinismo e sem maldade, mas morro de curiosidade de conhecê-la, de saber o que ela pensa, entender o porquê de ser tão difícil e de ajudá-la a se recuperar. Mas com certeza, na hora em que ela souber quem eu sou, ela vai me odiar de cara. E nesse caso, não tem como culpá-la por isso.