29 setembro 2008

QUEM MEXEU NA MINHA PAÇOCA?*

Ultimamente não tenho falado muito da minha vida, a não ser as coisas toscas e fofas que o Maridotosco fala e faz.
O blog virou um apanhado de notícias de Maridotosco, mas se ele achasse isso relevante, acho que ele estaria escrevendo um blog ele mesmo. NOT.

Mas enfim, há algumas semanas o Joãozinho esteve no Brasil e após 20 anos, a gente se reencontrou.
Desculpa nobre, claro: ele trouxe para mim de London City a Melissa que faltava no meu closet. Tadinho, 20 anos sem ver a desgracenta e ela logo pede para ele ser mula de Melissa. Folgada demais, no?
Fomos a um japa na Liberdade e saímos os três, eu, Marido e Johnny rolando de tanto comer, bem GORDO pride mesmo.

No blog dele, tem um post falando sobre a semana dele em Sumpaolu, em que ele fala das pessoas que encontrou, do que fez, do que é estranho não estranhar. Um texto ducaray, vale a pena ler!
Aí eu li, toda interessada mas não me achei lá.
Há, confesso, fiquei triste mas não achei estranho.
20 anos se passaram - e ele ainda tem um cartão de Natal q eu mandei nos idos de 1985, que ele levou para o jantar.
Todo amarelinho, velhinho, mas inteiro e lá, vivo.

Esse cartão foi um balde de água fria em mim.
Porque, caracas, como eu mudei - não necessariamente para melhor.
Parece q antigamente eu me importava com as pessoas, tinha cuidados e carinhos que hoje não reconheço como meus.
Eu escrevia cartinhas, cartões, bilhetes, recadinhos e quetais.
Lembrava de datas importantes, aniversários, momentos, imagens.
Vivia pendurada no telefone, recebia amigas em casa e ia às casas delas, e nos prometíamos amizade eterna.
Só que o tempo passou e eu virei aquele tipo que não manda e não responde e-mails.
Que não liga e nem retorna ligações.
Não dá sinais de vida e nem cobra isso das pessoas.
Eu não tenho mais tempo - e isso é muito ruim.
Não tenho me dedicado a cuidar das minhas amizades, mas meus amigos sabem que eu sou assim e só me cobram de vez em quando.

E isso me faz lembrar que faz quase um ano que eu não vejo a Zebra e a Mi.
O João mora em Londres e vê com mais freqüência os amigos dele do que eu, morando na mesma cidade, vejo os meus.
Eu ou elas sempre marcamos algo, mas sempre surge algum imprevisto - meu, na maior parte das vezes.

Eu acho que eu devia aprender a driblar mais o destino.
Dar mais risada do que não tem remédio.
Pensar menos nas conseqüências de tudo.
Fazer das horas perdidas momentos ganhos.
Aprender que paçoca esmagada é farofa para o sorvete.

* - Meu pai pode concorrer com Maridotosco como frasista de efeito. No sábado, estávamos falando sobre livros de auto-ajuda e ele me veio com essa de "Quem mexeu na minha paçoca", o que deu origem a uma série de piadinhas amarelas, inclusive a farofa para o sorvete. Hoje, ele pegou minha mãe na hora do almoço e foram tomar sorvete na La Basque - com muita farofa, marshmallow e tubinhos de biscoito.

Um comentário:

Viviane disse...

olha, tempo é uma coisa que devia se vender no mercado, por quilo.
porque tá difícil viu...

Mas o negócio é se educar.
Quiném comer verdinhos, fazer academia, essas coisas... Tem que criar o hábito de ver os amigos pelo menos uma vez por mês, nem que pra isso você tenha que reunir todo mundo na base da porrada. Depois vira natural.

e eu não consigo não ver meus amigos, nem que seja uma vez por mês. Senão eu morro!