10 setembro 2010

PAPO DE BUSÃO

*em voz alta, que é pra todo mundo ouvir
Personagens:
M: Moça de voz grossa e esquisita, sem noção.
C: Cobrador, magrelinho feio, sem noção
MT: Motorista, de cabelo empastado de gumex, um pouco mais apresentável que a média dos motoristas de ônibus mas ainda assim não chega a ser pegável sem culpa.

PRÓLOGO
Ontem eu já tinha pegado esse mesmo ônibus e MT foi o percurso todo (pelo menos durante o tempo em que eu estive no dito cujo) xavecando uma menina de uns 14 anos. Tá, parecia q eles se conheciam e ele ficava perguntando dos namoricos dela.
[pausa] Gente, essas meninas de 14 anos andam tão precoces! Como pode? A menina rodou mais a banca em 3 anos de atividades (considerando que ela tenha começado com 11) do que eu em 23 anos! [/pausa]
Enquanto isso, C estava de papinho a respeito da insatisfação de duas moças, q pelo menos pareciam maiores de idade, com os respectivos.

Agora, a historinha do dia.

Entro eu bela e formosa em um ônibus lotado.
De frente para mim, uma doida que vira e mexe pega os ônibus em horários de rush, desce pela frente e não paga a passagem.
A doida desde e M começa a falar em uma voz alguns decibéis mais alto do que manda a boa educação:
M: Essa doida teve coragem de reclamar que o busão tava cheio com o motorista e lá em cima reclamou que o meu cabelo era feio, bla bla bla. Ela que seja feliz, eu sou feliz mas não do jeito doida de ser.
Cri cri cri
Então M muda de assunto:
M: Ei, MT, vamos beber uma cerveja?
MT: Não posso, ainda tenho uma viagem pra fazer.
M: Ah, eu subo com vcs, desço e tomamos uma breja.
MT: Minha mulher me mata.
M: É brava?
MT: 5a. feira chegar cheirando cerveja não rola.
M: Por isso eu nunca vou casar. Tô fora disso.
Nisso C resolve interagir. Isso que ele estava dando o celular dele para uma menina sentada naquele banco colado ao cobrador.
Sim, o ônibus cheio.
Em um tom de voz alto tb.
C: Como assim, não vai casar?
M: Me desiludi com o Leandro. Só casaria com ele.
C: Que Leandro?
M: O que era cobrador antes de vc. Vc roubou o cargo dele.
C: Queria roubar outras coisas dele tb.
Silêncio constrangedor
M: Não adianta. Para mim, só tem o Leandro.
C: Mas o que ele tem que eu não tenho?
M: Muitas coisas.
C: Se for só o nome, vou no cartório amanhã mudar.
M: Só quero o Leandro.
C: A gente podia ir tomar um suco, gosta de graviola?
M: Só tomo um tipo de suco, de ((não entendi o sabor)), MT sabe bem, não é?
Uepa!!! MT furou os olhos do Leandro?
C: Que sabor era, MT?
MT: Sei lá.
M: Sabe sim, subi tomando, vc não viu?
MT: Não, vi vc subir mas nem reparei.
C: Se vc me disser onde é, podemos ir beber suco juntos. Ou vc pode ir lá na minha casa, faço churrasco todo fim de semana, faço suco pra vc, na hora.
M: Tá.
C: Como vc chama?
M: Hhewothjwtjhwptrj
C: Hã?
M: Hhewothjwtjhwptrj
C: Perguntei o seu nome.
M: E eu falei 2 vezes já!
MT: É CARLA, asno.
C: Ah não tinha entendido, vcs estão falando mto perto do motor... (Eu tb não tinha entendido)

Aqui, eu achei que ele ia cantar aquela música patética, "Eu te amei, Ô Cár-lá".
Felizmente, meu ponto chegou e eu pude me livrar do trio.


Gente, dia após dia eu entendo completamente quem prefere pagar estacionamento, combustível e tudo mais que envolve andar de carro todo dia.

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