24 abril 2007

10 HOMENS

O primeiro HOMEM com H e todas as demais letras maiúsculas da minha vida foi meu pai, que sempre esteve ao lado da minha mãe, em todos os momentos difíceis de uma gravidez complicada. Ele segurou as pontas dela quando ela perdeu o primeiro bebê, ele segurou a mão dela o tempo todo quando parecia que ela ia perder o segundo e ele segurou as pontas quando ela entrava em desespero por não saber o que fazer em certos momentos. Ele soube o que fazer quando ela não sabia - e ela sabia (e sabe) muito!

O segundo e o terceiro Homens da minha vida são meus irmãos, que apesar de serem muito diferentes de mim, são pessoas sensacionais. O tipo de pessoas das quais, se eu pudesse ter escolhido, eu quereria ser irmã.

O quarto eu não cheguei a ver homem, não sei se se tornou um Homem com H maiúsculo ou um verme desprezível - era um menino, e foi a minha primeira paixão. Durou 4 anos e foi o esquema mais platônico da minha vida, de eu ficar olhando e suspirando. E o bicho era feio...

O quinto não sei se virou Homem, mas pelo menos comigo teve atitude de Homem. Ele me conhecia e sabia que eu não digereria bem, apreciava muito minha companhia e provavelmente tinha confundido as coisas. Na época, tinha um monte de gente que queria ficar comigo, mas eu fiquei com ele e ele poderia ter se divertido às minhas custas. Mas ao invés disso, ele abriu o jogo, foi sincero comigo, eu rompi pra sempre com ele e ele ficou muito triste. E como eu sou idiota, na época não entendi do jeito certo.

O sexto foi Homem - superou todas as dificuldades de uma família complicada - pai em estado vegetativo, mãe fanática religiosa a ponto de doar para o templo mas não pagar a conta da luz, entrou em uma faculdade pública de Medicina. Na época, terminamos de um jeito bacaninha, amigável, mas depois nunca mais vi. Outro dia, reparei que ele estava no guia do meu convênio. Tenho curiosidade de saber como está.

O sétimo foi homem. Com todas as letras muito pequenininhas. Pode até ter gostado muito de mim, mas no final não soube ser sincero. Inventou histórias, inventou "culpas" e as jogou em todos, menos em si mesmo, buscou pretextos no improvável. E ainda disse para minha mãe que todas as coisas - inclusive as pessoas - que estavam na casa pertenciam ao pai dele. Minha mãe achou que isso não era coisa de Homem. E eu concordei.

O oitavo é Homem. Um Homem de bom coração, a quem desejo muita felicidade, do fundo do coração. Um cara que sempre foi meu amigo e sempre vai ser e com quem nunca tive nada e que nunca vou ter, e sou louca de paixão não-carnal. É um cara que perdeu o pai sem esperar, mas nunca perdeu o controle de sua vida. Construiu tudo certo, no tempo certo, no ritmo certo. Sou fã pra cacete de tu, RF!

No começo, o nono foi homem. Do tipo convencional, que só quer curtir e desde sempre deixou bem claro que não queria nada sério. Depois ele quis, mas eu não estava a fim. Aí ele tentou me conquistar. Não chega a ser Homem, mas não é um verme desprezível. Talvez um pouco fora do ritmo. Poderia ter dado certo, mas...

Eis que chegamos ao décimo. E último (exceto se eu vier a me reproduzir, o que é um risco para a sociedade). É o Homem da minha vida, o cara com quem vou ter - se tiver - filhos e ao lado de quem vou envelhecer. A gente quebra o pau, mas nunca vai dormir brigado. Ele respeita minhas conquistas, meu lado profissional, ele atura meu gênio do cão, ele admira minhas qualidade e entende meus defeitos, ele cuida de mim quando fico doente, ele cuida de mim quando estou sã, ele dá risada comigo, ele tem um sorriso delicioso e o melhor beijo do mundo, ele gosta da minha família, dos meus cachorros e meu gato, ele curte o mesmo som, os mesmos filmes, os mesmos shows, os mesmos quase-tudo e ele me pediu em casamento. E eu aceitei.

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